Caribe colombiano, upload feito originalmente por dleiva.
Numa narrativa sem tempo e quase sem espaço (decorre num lugar algo indefinido algures com vista para os mares das Caraíbas) Gabriel García Marquez leva-nos a conhecer a estranha, longa e surreal vida de um ditador imaginário sem nome que morre numa idade indefinida entre os cento e sete e os duzentos e trinta e dois anos.
Um ditador que transforma a noite em dia, que morre para depois ressuscitar, que vende o mar e comanda tudo e todos, descobre que o poder é um vício solitário e necessariamente subjugado pela mentira - a mentira de quem manda e a mentira de quem obedece para sobreviver. A exuberância surrealista da narrativa distrai e chega a divertir, mas não esconde a cruel realidade que caracteriza qualquer ditadura. Na maior parte das vezes sentimos repulsa, mas às vezes pena, desta personagem que não tem mais ninguém senão a si mesmo e que acaba por ridicularizar-se por perder todo o sentido do real.
García Marquez assume esta narração como uma transgressão total da gramática, mas esta escrita praticamente sem pontos finais em que as personagens que dialogam se confundem e o presente e o passado se cruzam, ajuda a criar a noção de intemporalidade e omnipresença necessárias ao general que personifica aquele ditador que continua no poder quando todos à sua volta aguardam para festejar a sua morte...
[A belíssima foto mostra o caribe colombiano e foi encontrada aqui.]
Um ditador que transforma a noite em dia, que morre para depois ressuscitar, que vende o mar e comanda tudo e todos, descobre que o poder é um vício solitário e necessariamente subjugado pela mentira - a mentira de quem manda e a mentira de quem obedece para sobreviver. A exuberância surrealista da narrativa distrai e chega a divertir, mas não esconde a cruel realidade que caracteriza qualquer ditadura. Na maior parte das vezes sentimos repulsa, mas às vezes pena, desta personagem que não tem mais ninguém senão a si mesmo e que acaba por ridicularizar-se por perder todo o sentido do real.
García Marquez assume esta narração como uma transgressão total da gramática, mas esta escrita praticamente sem pontos finais em que as personagens que dialogam se confundem e o presente e o passado se cruzam, ajuda a criar a noção de intemporalidade e omnipresença necessárias ao general que personifica aquele ditador que continua no poder quando todos à sua volta aguardam para festejar a sua morte...
[A belíssima foto mostra o caribe colombiano e foi encontrada aqui.]
Este cantinho está cada vez mais recheado de coisas lindaaaaaaaaaaaaaaaaaaas ;)
ResponderEliminarBjos,Mts
E os amigos que o visitam são seguramente algumas delas :)
ResponderEliminarBeijo