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domingo, 14 de dezembro de 2008

alentejo


Finalmente algumas fotos do fim-de-semana passado! Aproveitamos para prolongá-lo mais um pouco e fomos passar quatro dias ao Alentejo. Esse lugar cheio de branco e de luz. Onde o sol brilha mais e o nevoeiro faz o recorte das casas branco-luminoso confundir-se com o céu. Onde os coentros são semeados em quase todos os pratos, onde o porco é preto e sabe melhor, onde o vinho é quente e as azeitonas sabem a ervas. Um lugar onde dá vontade de continuar de estrada em estrada, de povoação em povoação, até encontrar um monte onde apetecesse ficar...

Desta vez a zona escolhida foi a de Portalegre, cidade que se tornaria ponto de partida para a visita a outros locais próximos. De Portalegre ficou a lembrança do Castelo, do Plátano com 170 anos (o maior da sua espécie na Península Ibérica) que nos cumprimenta na Praça do Rossio, o Convento de S. Bernardo e, sobretudo, o Museu de Tapeçaria, que me surpreendeu (por desconhecer) com a presença de belas obras em tapeçaria da autoria de artistas como Júlio Pomar, Vieira da Silva, Lourdes de Castro ou Armando Alves, entre tantos outros.


Marvão deixou os ossos gelados e a vista turva. O recinto envolto pela muralha é um labirinto branco e quase desértico de pequenas e belas perspectivas enquanto que o Castelo, para além de valer por si, oferece uma vista incrível sobre a Serra de S. Mamede. Pena o nevoeiro só ter deixado vislumbrar breves instantes de toda a imensidão que nos rodeava. Ainda assim valeu a pena e ficou a vontade de regressar num dia com mais sol!


Estando tão perto, não quis deixar de ir até Mora, visitar o Fluviário, da autoria dos Promontório. Nós arquitectos somos assim: tudo fazemos para tornar um simpático fim-de-semana descansado num roteiro arquitectónico! O edifício tem um conceito marcante: através da desfragmentação em lâminas do volume regular de um celeiro rural, consegue-se um edifício permeável e luminoso, em que caixas são organizadas no interior de modo a albergar os espaços funcionais como os tanques, o auditório e o restaurante.
E mais uma vez o branco.


O branco também em Estremoz e na belíssima (ainda mais ao pôr-do-sol) envolvente da Pousada Histórica Rainha Santa Isabel. (Para a próxima faço a reserva da estadia aqui, pensei eu...).


E foi a arquitectura de novo que nos levou a Campo Maior, para a vista (marcada previamente) à Adega Mayor, projecto de Álvaro Siza, para a mais recente aposta do Grupo Nabeiro - o vinho. A solidão branca do edifício na planície faz com que seja identificável ao longe. O edifício não traz propriamente nada de novo, mas não deixa de ser um projecto de Siza, como sempre fiel a si mesmo. O mais interessante será mesmo a forma que o arquitecto encontrou para criar as condições ideais para o tratamento e armazenamento do vinho: em vez de recorrer a uma cave foi construida uma sala completamente encerrada, em cuja cobertura um espelho de água permite, não só melhorar as condições de armazenamento do vinho, como criar um terraço panorâmico capaz de cativar também o visitante. Um edifício que, destinando-se a produzir vinho, consegue aludir também ao prazer proporcionado pela sua prova - um prazer para todos os sentidos.
Mais fotografias interessantes aqui.


Já de regresso, passamos também por Elvas e a meio do caminho paramos em Abrantes, onde a visita ao Castelo ao pôr-do-sol se revelou uma bela surpresa...

O tempo não ajudou, mas o roteiro foi rico e bem preenchido. As visitas, as paisagens e as experiências gastronómicas compensaram certamente a chuva e o frio que se fizeram sentir. E ficou a certeza de que esta não foi a última vez que visitei terras alentejanas...

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